Esta nova edição do livro Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde, publicado há já cinco anos, reveste-se de uma importância extraordinária por três ordens de razões: pela atualidade do seu conteúdo, pela sua natureza colaborativa e pela capacidade que tem para unir culturas.

Com efeito, o conteúdo desta nova edição tem uma enorme atualidade, por tratar de um tema emergente da saúde à escala global, o da segurança dos doentes. Tema com implicações técnicas, morais, de reputação e econômicas, e sobre o qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem protagonizado inúmeras iniciativas. Este livro inspirado, em parte, num curso também apoiado pela OMS, vem nessa mesma linha, olhando a segurança dos doentes duma perspectiva integrada e colocando a ênfase para a sua promoção, nos sistemas de saúde.

Pela mão de investigadores e experts, o livro aborda sucessivamente o papel das organizações, as consequências econômicas, o papel da acreditação, a importância da cultura de segurança, os indicadores, a ergonomia e a segurança dos profissionais de saúde, a comunicação e o papel do doente na promoção da sua segurança – este, um tema bem recente no contexto internacional.

Este livro tem uma missão definida, a de ensinar sobre a segurança dos doentes e ensiná-la em português.

Não menos importante, esta edição, originada num Curso Internacional de Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, reflete um meritório esforço colaborativo por parte de duas reputadas escolas: a Escola

Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil. Esta iniciativa fez convergir investigadores notáveis de ambos os lados do Atlântico, uma verdadeira diáspora da língua portuguesa, centrada num tema comum que beneficia os leitores na Europa, na África e na América e onde mais alcance a cultura e a língua do português.

Por isso, esse esforço colaborativo encerra, verdadeiramente, uma missão de unir culturas, globalizando um tema que é em si mesmo global, o tema da segurança do doente. Muito a propósito, esta comunhão de culturas, feita a pretexto da união da língua, aborda um dos mais importantes vetores da segurança dos doentes – a cultura de segurança – que o livro tão bem trata, e que tanto contribuirá para que os pacientes ao nosso cuidado corram cada vez menos riscos.

Este fantástico livro publicado pela Editora Fiocruz constitui um elo forte de ligação entre essas duas escolas congêneres. Enquanto Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, com o pelouro da saúde, é com enorme gosto que escrevo este prefácio. Prefácio de um livro sobre um tema que, como médico e investigador, tão grato me é, um livro para a qual a minha escola contribuiu em paridade distinta com uma reputada escola brasileira, interpretando aquilo que é, afinal, a missão da Universidade Nova: busca do talento, iniciativas acadêmicas de índole colaborativa, internacionalização e criação de valor social sobre temas com aplicação e de utilidade pública. Este não poderia ser um tema mais ilustrativo para a missão da Nova, universidade que acolhe no seio da sua muito proeminente investigação em saúde, precisamente um ativo grupo sobre qualidade e segurança do doente, grupo que é, aliás, liderado por um dos principais impulsionadores desta obra.

Felicito os autores, felicito as escolas, felicito a editora e faço votos para que esta obra possa continuar a unir, pela língua portuguesa, os esforços dos muitos que somos empenhados na promoção de cuidados de saúde mais seguros. Notável!

 

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José Fragata
Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa

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